quarta-feira, 13 de abril de 2011

"amanhã, talvez esse vendaval faça algum sentido
dá para se dizer qualquer coisa sobre todo mundo (...)

mar azul
céu azul sem nuvens 
logo ali ... depois da curva
ali, logo ali, ali ... depois da curva"



                                                 Humberto Gessinger
Ando meio assim ...


Estranha a expressão "ando meio assim" para explicar o que sentimos. Mas é meio assim mesmo que estou. Meio assim triste, mas meio assim alegre. Meio assim confiante, mas também meio assim desacreditada. Meio assim apaixonada, mas meio assim indiferente.
É muito meio e pouca certeza do que quero.
Só tenho convicção da insatisfação de estar meio assim. Isso não faz bem, não me faz suspirar pela vida como gosto, não consigo sorrir escancarado, sonhar vendo estrelas, fazer planos e idealizar vida feliz mesmo com a loucura desse mundo. Estou com saudade de mim, da minha segurança, maturidade e plenitude. Saudade do que sempre fui. Ando de fato meio assim. E isso não é bom para mim. 
Estou com medo de enfrentar a vida, de novas conquistas, dos embates ideológicos, corporais e sentimentais (Será que é a crise dos trinta? kkkkk) .
Mas mesmo assim, meu corpo e minha alma clamam por vida, daquelas bem vividas.
Quero a alegria estampada na testa, a esperança renovada todos os dias, o sabor da conquista, a doçura dos beijos, o calor e fugor do desejo, o prazer em compartilhar amor, a sensação de eternidade ou até mesmo de fragilidade. Quero vida, quero amor, quero sol, quero lua, amanhecer na rua vendo o dia aparecer, quero banho de mar e alguém para amar. Quero conquistar o mundo, ser mais profundo do que realmente o ser humano pode ser.
Essa luta é que me deixa meio assim. 
E meio assim fico sem saber o que fazer.   

     
Neste momento,
penso em você e então
quisera me transformar em vento.
E se assim fosse,
chegaria agora como brisa fresca
e tocaria leve sua janela.
E se você me escuta e
me permite entrar,
em você vou me enroscar
quase sem o tocar.
Vou roçar nos seus cabelos,
soprar mansinho no ouvido,
beijar sua boca macia,
o embalar no meu carinho
Mas eu não sou vento...
Agora sou só pensamento e
estou pensando em você.
E se abrir sua janela,
eu estou chegando aí,
agora...
neste momento,
em pensamento...
no vento.

                                                   ROBERTO SHINYASHIKI